Mette Frederiksen fez a declaração no domingo (18) ao visitar a ilha, que é um território autônomo dinamarquês. Outros ministros do país também já haviam se pronunciado contra a intenção do presidente americano.
A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, declarou no domingo (18) ao visitar a Groenlândia que a ideia do presidente americano, Donald Trump, de comprar a ilha é “uma discussão absurda”. Outros ministros do país também já haviam criticado a intenção de Trump.
“A Groenlândia não está à venda. A Groenlândia não é dinamarquesa. A Groenlândia pertence à Groenlândia. Espero sinceramente que essa proposta não seja feita a sério”, disse Frederiksen ao jornal Sermitsiaq durante a visita.
Frederiksen afirmou também que o Ártico, com recursos que a Rússia e outros poderiam explorar para obter ganhos comerciais, “está se tornando cada vez mais importante para toda a comunidade mundial”.
O degelo na ilha poderia revelar recursos petrolíferos e minerais na Groenlândia que, se explorados, poderiam mudar o futuro do lugar.
O próprio Trump voltou a tocar no assunto também no domingo (18), quando afirmou que a ideia não é prioridade no governo dele. O presidente deve visitar a Dinamarca nos dias 2 e 3 de setembro, como parte de uma viagem à Europa.
“Estrategicamente, é interessante. E nós estaríamos interessados. Vamos conversar com eles um pouco”, disse Trump, acrescentando: “Não é o número um na lista de prioridades, posso lhe dizer isso”.
A Dinamarca colonizou a Groenlândia no século XVIII, e, hoje, o território de 2 milhões de km² abriga cerca de 57 mil pessoas, a maioria pertencente à comunidade inuit. A ilha tem autonomia sobre seus assuntos domésticos, e o país nórdico é responsável pela defesa e política externa do lugar.
Em 1917, o país vendeu as então ilhas dinamarquesas das Índias Ocidentais por US$ 25 milhões para os americanos, que as renomearam como Ilhas Virgens dos Estados Unidos.
Também não seria a primeira vez que um líder americano tentaria comprar a maior ilha do mundo. Em 1946, os EUA propuseram pagar à Dinamarca US$ 100 milhões para comprar a Groenlândia após flertar com a idéia de trocar terras no Alasca por partes estratégicas da ilha do Ártico.
Sob um acordo de 1951, a Dinamarca permitiu que os EUA construíssem bases e estações de radar na Groenlândia.
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