Fernandinho Guarabu, traficante mais procurado do RJ, é morto pela polícia

Carro onde estavam Guarabu e comparsas foi crivado de balas — Foto: Reprodução

O chefe do Morro do Dendê, na Ilha do Governador, era procurado pela Justiça há mais de 15 anos. Além de Guarabu, outros cinco homens morreram no confronto.

O traficante Fernando Gomes Freitas, o Fernandinho Guarabu, considerado o mais procurado do RJ, foi morto na manhã desta quinta-feira (27). O chefe do tráfico do Morro do Dendê, na Ilha do Governador, foi morto após ser localizado por policiais militares que faziam uma operação na comunidade.

Outros cinco suspeitos foram mortos no tiroteio, entre eles o braço direito de Guarabu, Gilberto Coelho de Oliveira, o Gil, e o ex-PM Antônio Eugênio, o Batoré. Morreram ainda os traficantes Piu e Logan. Com Guarabu, foram apreendidos um fuzil, quatro pistolas, granadas e drogas.

Guarabu era procurado pela Justiça há mais de 15 anos. O criminoso se valia de uma rede de olheiros e de um esquema de propinas pagas a PMs para se manter no poder.

Era ainda o traficante que estava há mais tempo no comando de um morro no Rio. A recompensa oferecida pelo Disque Denúncia por informações que levassem à prisão do traficante era de R$ 30 mil – a maior do programa.

Após a morte de Guarabu, homens dos batalhões de Operações Especiais e de Choque, além de policiais militares do Grupamento de Ações Táticas do 17º BPM (Ilha), faziam uma varredura na comunidade.

Fernandinho Guarabu está no comando do tráfico da Ilha há 13 anos — Foto: Divulgação
Fernandinho Guarabu está no comando do tráfico da Ilha há 13 anos — Foto: Divulgação

Polícia tinha informações privilegiadas
De acordo com o porta-voz da Polícia Militar, coronel Mauro Fliess, os policiais tinham informações privilegiadas sobre uma reunião das lideranças do tráfico do Complexo do Dendê nesta quinta-feira (26).

“Uma operação planejada e coordenada pelo coronel Sarmento, do Comando de Operações Especiais. Tínhamos informação privilegiada e foi feita a incursão, sempre com toda cautela para as pessoas que residem no local. Houve um confronto provocado pelos marginais que resistiram à prisão”.

Segundo Fliess, a operação continua não só dentro da comunidade, mas com ações preventivas no entorno a fim de evitar que moradores sejam coagidos a praticar atos de vandalismo, como queimar ônibus.

“Se isso acontecer, serão presos em nome da Lei. A Polícia Militar não vai admitir a perturbação da ordem”, diz o coronel.
“Já são 252 fuzis apreendidos no Rio de Janeiro pela Polícia Militar só em 2019. Isso dá uma média de 1,5 fuzil apreendido por dia, armas de guerra que a Polícia Militar tira de circulação diariamente”, acrescentou.

O coronel informou ainda que os agentes checam se houve morte de outras lideranças no tráfico da comunidade. “A alta hierarquia do tráfico local estava reunida e foram confrontados pelos policiais do Batalhão de Choque”, explica o porta-voz da corporação.

Guarabu e Gil: amigos de infância e parceiros no tráfico de drogas — Foto: Reprodução
Guarabu e Gil: amigos de infância e parceiros no tráfico de drogas — Foto: Reprodução

Chefão tinha forte esquema de segurança
A liberdade de Fernando Guarabu era garantida, segundo a polícia, com uma rede de olheiros e propinas distribuídas a policiais militares.

Guarabu e Gil – o segundo na hierarquia da comunidade -, expandiram seus domínios em relação ao tráfico de drogas, até a Baía de Guanabara.

Para se manter no poder, além da propina paga a PMs, Guarabu tinha olheiros espalhados pela Ilha do Governador, que tem apenas um ponto de entrada por terra: a Ponte do Galeão. Cauteloso, ele ainda colocava olheiros em lajes de residências em ruas ao redor do Dendê.

Segundo a polícia, o traficante teria montado um “exército”, e havia, nos acessos à comunidade, bandidos que faziam a “contenção” de seus pontos de drogas.

Guarabu possuía 14 mandados de prisão contra crimes como associação para a prática de tráfico ilícito de substância entorpecente, posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, homicídio qualificado mediante paga ou promessa de recompensa.

O criminoso também lucrava com um esquema de exploração da circulação de vans e Kombis na localidade, que cobrava R$ 330 por motorista. O ex-PM Batoré era apontado como o gerente do esquema.

O traficante estendeu seus negócios com venda de botijões de gás, TV a cabo clandestina e internet – práticas de quadrilhas de milicianos.

Cartazes do Disque Denúncia com as recompensas de Fernandinho Guarabu e Gil do Dendê — Foto: Reprodução
Cartazes do Disque Denúncia com as recompensas de Fernandinho Guarabu e Gil do Dendê — Foto: Reprodução
Ex-policial militar Antônio Eugênio de Souza Freitas, o Batoré, foi morto pela polícia na manhã desta quinta (27) — Foto: Reprodução
Ex-policial militar Antônio Eugênio de Souza Freitas, o Batoré, foi morto pela polícia na manhã desta quinta (27) — Foto: Reprodução

Confira matéria do site G1.

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