Investigação contra líder do PCC leva ao indiciamento de 116 pessoas

Um apartamento deste prédio no bairro Maraponga está entre os bens confiscados do grupo FOTO: JL ROSA

Teia criminosa é envolvida com tráfico de drogas, homicídios e lavagem de dinheiro no Ceará. Chefe da facção é acusado de matar um PM durante fuga de uma cadeia no Estado; líder foi recapturado em São Paulo

As investigações da Polícia Civil sobre o chefe da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) na Região do Sertão Central do Ceará, Carlos Odeon Bandeira, o ‘Jow’, revelaram o esquema criminoso e levaram ao indiciamento de 116 suspeitos, uma extensa teia criminosa interestadual envolvida com tráfico de drogas, homicídios e lavagem de dinheiro.

“As investigações foram evoluindo e conseguimos descobrir que Carlos Odeon movimentava uma considerável quantidade de pessoas não só no Sertão Central, mas também no bairro Parque Dois Irmãos, em Fortaleza, nas cidades da Região de Baturité e até na cidade de Pau dos Ferros, no Rio Grande do Norte. Era uma rede de pessoas, inclusive fazendo o intercâmbio de comunicação entre esses locais, através do tráfico de drogas”, detalhou o delegado responsável pela investigação, Hugo Leonardo.

Os levantamentos contra ‘Jow’ começaram em janeiro do ano passado, após denúncias de que ele teria ordenado que integrantes da facção rival Comando Vermelho (CV) fossem torturados. Desde então, criminosos ligados ao braço do PCC nessas regiões começaram a ser presos.

O líder da quadrilha foi detido por policiais civis do Ceará e de São Paulo, em julho de 2018, em São Bernardo do Campo (SP), por força de outro mandado de prisão. Os investigadores tinham a informação de que ele estava naquele Estado para realizar uma cirurgia estética no rosto, para não ser reconhecido.

‘Jow’ é fugitivo da Cadeia Pública de Milhã e do Complexo de Delegacias Especializadas (Code). Na unidade do interior, ele arquitetou um resgate, que resultou na morte do sargento da Polícia Militar, Izaías dos Santos. Hoje, Carlos Odeon está preso em uma ala de segurança máxima do Centro de Detenção Provisória (CDP), em Aquiraz.

A Polícia Civil deflagrou a Operação Labirinto para intensificar as prisões de integrantes da teia criminosa articulada por Carlos Odeon Bandeira. A 2ª fase da ofensiva policial, realizada na última quarta-feira (12), levou às prisões de quatro ‘laranjas’ – sendo três familiares da companheira do chefe do esquema – da lavagem de dinheiro do tráfico de entorpecentes.

O sogro de ‘Jow’, Geraldo Botão Fernandes, de 52 anos, a sogra Maria Célia Ferreira Fernandes, 50, e a cunhada Auricélia Ferreira Fernandes, 30, eram os proprietários de empresas de confecção de roupas em Fortaleza e foram detidos na Capital. Já o amigo de infância, Helano de França Ramos, 35, possuía pequenas empresas nos municípios de Capistrano e Itapiúna – onde foi preso. Apenas Helano tinha passagem pela Polícia, por crime de trânsito.

Na Operação, a Polícia conseguiu o sequestro de oito veículos dos suspeitos, cinco lojas de confecção na Capital, duas empresas em Capistrano e Itapiúna, um apartamento no bairro Maraponga, um lote de um condomínio de luxo no Itaperi e uma carta de crédito no valor de R$ 400 mil.

Ao todo, os bens ultrapassam o valor de R$ 4 milhões. “Isso representa um duro golpe na organização criminosa. Muito mais que prender, é importante fazer a descapitalização dessas quadrilhas, porque obstrui a alimentação da teia criminosa”, ressalta o delegado geral da Polícia Civil, Marcus Rattacaso. Na primeira fase, deflagrada em abril último, foram cumpridos mais de 80 mandados de prisão e 53 de busca e apreensão. Na ocasião, acabaram presos a mãe de ‘Jow’, Maria Olenilda Bandeira, 53; o irmão José Deivan Oliveira, 31; e a companheira, Anyele Ferreira, 24.

Confira matéria do Site Diário do Nordeste

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