Em resposta às torturas utilizadas no Brasil durante a ditadura militar, os artistas Júlio Le Parc, Gontran Guanaes Netto, Alejandro Marcos e José Gamarra montaram a exposição “Sala Escura da Tortura”. Apresentada pela primeira vez em 1973, no Museu de Arte Moderna de Paris, a mostra está aberta à visitação em Fortaleza até 30 de novembro, no Museu do Ceará.
Ontem, Gontran Neto falou, no Teatro da Fundação de Cultura, Esporte e Turismo de Fortaleza (Funcet), sobre a história e proposta do projeto, na mesa de diálogo “Arte e Denúncia: Conversa sobre a Sala Escura”. “Eu senti a necessidade de dar uma resposta aos problemas e violências da época. De inventar em torno de uma realidade que podia servir para o avanço da sociedade”, explicou.
Uma homenagem ao cearense Frei Tito de Alencar Lima – que contribuiu para a realização das pinturas com relatos sobre o exílio na capital francesa, a mostra disponibiliza ao público a experiência vivida pelos quatro artistas no final da década de 60.
Com um fundo propositadamente preto, “Sala Escura da Tortura” tem 28 metros de pinturas, distribuídas em sete quadros, feitas no início dos anos 70 quando os artistas estavam exilados em Paris. “A idéia é provocar uma inquietação nas pessoas”, destacou Gontran Neto.
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