O ex-presidente do Peru Alan García se suicidou na manhã desta quarta-feira (17) com um tiro na cabeça quando policiais chegaram em sua residência, no bairro de Miraflores, em Lima, para prendê-lo por conexões com uma investigação sobre suborno no caso Odebrecht.
Segundo o jornal El Comércio, os dirigentes da Aliança Popular Revolucionária Americana Omar Quezada e Nidia Vílchez confirmaram a morte.
“Esta manhã aconteceu este acidente lamentável: o presidente tomou a decisão de atirar”, disse o advogado de García, Erasmo Reyna na entrada do Hospital de Emergências Casimiro Ulloa, em Lima, para onde o ex-presidente foi levado.
O hospital indicou que García, de 69 anos, tinha “um ferimento de bala na cabeça”. Ele foi operado, mas não sobreviveu.
Segundo o jornal peruano El Comércio, agentes da Divisão de Investigação de Crimes de Alta Complexidade iriam detê-lo na manhã desta quarta-feira. A prisão preliminar por 10 dias foi autorizada pela Justiça a pedido do promotor da equipe especial da Lava Jato no Peru, José Domingo Pérez, que está investigando García por supostos crimes de lavagem de dinheiro, tráfico de influência e conluio no caso da Odebrecht.
A ministra da Saúde, Zulema Tomás, havia informado que o estado de García “era delicado” e que o ex-presidente “teve três paradas cardíacas”.
O presidente do Peru, Martín Vizcarra, disse pelo Twitter que estava consternado pelo falecimento de García. “Envio minhas condolências à sua família e entes queridos”, escreveu.
Odebrecht no Peru
Alan García foi presidente do Peru duas vezes, de 1985 a 1990 e de 2006 a 2011. Era investigado por suposto recebimento de subornos pagos pela Odebrecht para garantir um contrato para a construção da primeira linha de metrô de Lima durante o seu segundo mandato.
O ex-presidente também era investigado por supostamente ter recebido US$ 100 mil da Odebrecht para realizar uma palestra em São Paulo, em maio de 2012.
García negava as acusações.
Em novembro do ano passado, ele solicitou asilo à embaixada do Uruguai em Lima, mas teve o pedido negado pelo presidente uruguaio Tabaré Vázquez.
A construtora brasileira reconheceu que pagou mais de US$ 29 milhões em propinas a funcionários públicos, empresários e políticos peruanos e em contribuições para campanhas eleitorais.
Além de García, outros três ex-presidentes do Peru estão sendo investigados no caso Odebrecht: Alejandro Toledo (foragido nos EUA); Pedro Pablo Kuczynski (proibido de deixar o país); e Ollanta Humala (ficou preso por nove meses e agora responde o processo em liberdade).
Mais informações em breve.
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