Por que a Base de Alcântara entrou como moeda de troca com os EUA?

Primeiro vamos entender o acordo entre Bolsonaro e Trump:
A base de Alcântara seria alugada por algo em torno de 37 milhões por ano, ela não seria dada ao governo americano como Lula fez em 2006, com a refinaria da Petrobrás que foi doada ao governo boliviano do amigo Evo Morales.
Segundo, o acordo deverá ser analisado e votado pelo congresso, assim como aconteceu em 2000.
Terceiro, já é um projeto muito antigo. Em 2000, no governo do FHC, o congresso rejeitou esse acordo por conta de um parágrafo que impunha uma regra que poderia ferir a soberania nacional, (existiria uma área onde somente os americanos entrariam, para manter o sigilo das pesquisas); já no acordo de hoje permite uma troca de informações, lógico, sem romper os segredos das descobertas de cada governo. Além disso, uma porcentagem desse aluguel deverá ser usado nas pesquisas do programa espacial brasileiro (aqui entram estudantes e profissionais que podem, e devem, se especializar na área de tecnologia).
O que a esquerda, que hoje tenta apavorar os desavisados sobre o “absurdo de fazer parceria com outro país para explorar a Base de Alcântara”, não quer que você saiba, é que em 2003, no início do governo do presidente Lula, foi criada a “Alcântara Cyclone Space” (ACS), uma empresa binacional, com recursos do Brasil e, em maior proporção, da Ucrânia, que detém os direitos de fabricação e tecnologia aplicada no foguete Cyclone 4, que partiria do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). Porém, as obras do programa estão completamente paralisadas, é já te conto o porquê.
Quem também tentou voltar a negociar com os EUA, foi Dilma Rousseff em 2013.
Em 2017, o então chanceler José Serra chegou a declarar que a negociação com o Tio Sam já acontecia em sigilo entre o Itamaraty, o embaixador do Brasil em Washington, Sérgio Amaral e o subsecretário de Assuntos Políticos do Departamento de Estado norte-americano, Thomas Shannon. A missão teria sido abortada devido ao impeachment de Dilma.
Essa base foi criada pelos militares em 1983 no Maranhão (por influencia de José Sarney, os estudos apontavam o litoral cearense como lugar ideal para a construção da base). Ela comporta um veículo de lançamento de foguetes.
Mas, por que lá?
Geografia pura! Um foguete lançado por aquela base pode poupar até 30% de combustível, porque a proximidade com a linha do Equador propulsiona o objeto com mais eficiência.
Ela está funcionando hoje?
Bem, como tudo no Brasil está defasado por falta de investimentos nas pesquisas e tecnologia, não é aproveitada como deveria, além disso, a área sofre constantes ações judiciais por disputas de terras com os Quilombolas. Houve um incêndio em agosto de 2003 que destruiu boa parte do resultado obtido até aí e matou 21 técnicos civis. Contudo, no governo do PT, a ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, anunciou o aumento do capital investido em Alcântara de US$ 420 milhões.
A proposta foi aprovada pelo governo da época e passou o capital binacional de US$ 498 milhões para US$ 920 milhões.
Por que “bi nacional”?
Porque como falei acima, a Ucrânia já explora essa base há anos, mas só agora a esquerda resolveu exigir soberania nacional de um local que eles nem lembravam que existia, e pior, já há estrangeiros atuando no local, com investimento de milhões retirados do teu imposto e que nunca lançou um foguetinho!
Então qual o problema de alugar a Base a quem irá pagar milhões para explorar o local?

Confira matéria do Site Jornal da Cidade Online.

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