Polícia apura se Ronnie Lessa usou rastreador em carro para monitorar passos de Marielle

Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos contra Marielle, e Élcio Queiroz, suspeito de dirigir o carro — Foto: Reprodução/TV Globo

PM reformado preso pelo crime comprou equipamento por quase R$ 800. Ele e Élcio Queiroz, também detido, foram a restaurante após a execução, segundo a investigação.

Os investigadores das mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes descobriram que Ronnie Lessa, sargento reformado da PM preso pelo crime, fez pesquisas sobre um rastreador de carros na internet. A Polícia Civil acredita que ele conseguiu usar o dispositivo para acompanhar o carro de Marielle e monitorar os passos dela.
Lessa comprou o equipamento, que custou quase R$ 800 reais, em 23 de novembro de 2017, segundo a investigação.
Um rastreador como esse tem a capacidade de enviar sinais sobre a localização do carro – andando ou parado – por três meses, porque a bateria funciona durante 90 dias sem parar. O rastreador também não tem limite de alcance. Mesmo que a vereadora tivesse saído da cidade, ou do estado, Ronnie Lessa continuaria recebendo as informações.
O homem apontado pela polícia e pelo Ministério Público como o assassino poderia conseguir informações sobre a rotina da vereadora, à distância, sem se expor.
A polícia apurou também que, após o crime, os telefones do ex-sargento e do ex-PM Élcio Queiroz, apontado como o motorista do carro usado nas execuções, foram religados na mesma hora, o que indica que eles continuaram juntos, depois dos assassinatos.
Os investigadores dizem que, às 22h11 de 14 de março de 2018, uma hora depois do crime, Élcio saiu do condomínio Vivendas da Barra, onde mora Ronnie Lessa, em direção ao restaurante Resenha e Grill, também na Barra, onde chegou às 22h30.
A polícia identificou que pouco depois, às 23h18, o celular de Lessa estava no mesmo local e que os dois ficaram no restaurante até 3h58 do dia 15.
A expectativa é que, até o final do dia, os dois acusados sejam transferidos paro presídio de Bangu 1, por determinação da justiça. Os dois foram ouvidos na Divisão de Homicídios, na quarta-feira (13), para falar sobre as peças dos 117 fuzis encontradas na casa de Alexandre Mota, amigo de infância de Ronnie.
Também na quarta, os policiais civis cumpriram mais 17 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça. Os agentes apreenderam uma lancha, num condomínio em Angra dos Reis, na Costa Verde.
A embarcação, avaliada em R$ 600 mil, está no nome de Alexandre Mota de Souza. Mas os investigadores dizem que o verdadeiro dono é Ronnie Lessa, que tem um terreno no condomínio.
A polícia também cumpriu mandado na casa de dois andares e piscina do bombeiro Maxwell Simões Correia, apontado pelos investigadores como um homem muito próximo de Lessa. Além de Maxwell, três PMs e um funcionário de uma empresa também foram ouvidos na delegacia.

Confira matéria do Site do G1.

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