Aloysio Nunes Ferreira pediu demissão nesta terça-feira (19/2) do cargo de presidente da Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade (Investe SP) após ter sido alvo, nesta manhã, de mandados de busca e apreensão da 60ª fase da Operação Lava-Jato. A decisão foi anunciada depois de reunião com o governador João Doria. Nunes foi senador e ministro de Relações Exteriores do governo de Michel Temer.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a operação investiga um complexo esquema de lavagem de dinheiro de corrupção praticada pela Odebrecht e por Paulo Vieira de Souza, também conhecido como Paulo Preto, e outros três operadores, que atuaram entre os anos de 2007 e 2017. Paulo Preto é apontado como operador de esquemas envolvendo o PSDB em São Paulo.
R$ 130 MILHÕES – Pelos cálculos do MPF, as transações investigadas superam R$ 130 milhões. O montante correspondia ao saldo de contas controladas por Paulo Preto na Suíça no início de 2017. Segundo a Polícia Federal, a construtora irrigou campanhas eleitorais, fazendo o pagamento de propina a agentes públicos e políticos no país por meio de operadores financeiros.
No pedido de demissão, Nunes diz ter sido surpreendido pela diligência da Polícia Federal. “Não tive até agora acesso aos autos de inquérito em que sou investigado, mas o fato incontornável é a repercussão negativa desse incidente, que me mortifica a mim e à minha família, e que também pode atingir o governo de Vossa Excelência”, escreveu.
Nunes destaca que a sua defesa jurídica prestará “irrestrita colaboração com as autoridades para cabal esclarecimentos dos fatos” e diz ter certeza que a verdade o beneficiará ao final do processo.
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Mais um tucano abatido pela Lava Jato. E o mais curioso é que Paulo Preto guardava a corrupção em dinheiro vivo dentro de um apartamento, igual aos irmãos Geddel e Lucio Vieira Lima, do MDB, mostrando que até na corrupção os dois partidos se assemelham. A diferença é que o esquema tucano era mais rentável. (C.N.)