Israel lançou um ataque surpresa bem sucedido contra bases e instalações nucleares espalhadas pelo Irã na madrugada desta sexta-feira. O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, declarou “estado de emergência especial na frente interna de todo o Estado de Israel”, esperando uma resposta do regime dos aiatolás.
Segundo o porta-voz do Exército israelense, Effie Defrin, 200 aeronaves de combate participaram do ataque, que atingiu mais de 100 pontos no país persa com 330 munições diferentes.
Teerã reagiu inicialmente lançando mais de 100 drones em direção ao território israelense e prometeu ser “apenas o começo”.
Israel já estava preparado para a resposta que viria do país persa. O Exército disse ter controlado a ameaça representada pelo lançamento de 100 drones do Irã, em represália ao ataque lançado contra o território iraniano na madrugada desta sexta-feira.
Além de alvos e instalações militares, Israel também atingiu cientistas nucleares e oficiais militares de alto escalão. De acordo com os relatórios de Tel Aviv e a imprensa iraniana, o general Mohammad Bagheri, comandante do Estado-Maior das Forças Armadas; o comandante-chefe da Guarda Revolucionária do Irã, general Hossein Salami; e o general Gholam Ali Rashid, chefe da base aérea de Khatam al-Anbiya, foram mortos.
Pelo menos seis cientistas nucleares iranianos também foram atingidos fatlamente nos ataques lançados por Israel.,Segundo a agência de notícias Tasnim, afiliada à Guarda Revolucionária, relatos iniciais indicam que os ataques israelenses mataram Mohammad Mehdi Tehranchi, Fereydoun Abbasi, Abdulhamid Minouchehr, Ahmadreza Zolfaghari, Seyyed Amirhossein Faqhi e Motlabizadeh, todos ligados ao programa nuclear iraniano.
A principal usina de enriquecimento de urânio do Irã, Natanz, foi uma das atingidas pelos bombardeios, de acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Segundo Tel Aviv, ela sofreu “danos significativos”.
O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, prometeu nesta sexta-feira um destino “amargo e doloroso” para Israel após os ataques que mataram militares de alto escalão. “Com este crime, o regime sionista preparou um destino amargo e doloroso para si mesmo, e sem dúvida o receberá”, disse Khamenei em um comunicado divulgado em seu site.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/israel-atinge-alto-comando-militar-ira-reage-mais-100-drones/?ref=veja-tambem
Os depoimentos e os dilemas da acusação contra Bolsonaro

Foi concluída, na última terça-feira, a fase de interrogatórios do chamado “núcleo 1” ou “núcleo crucial” de réus que respondem, no Supremo Tribunal Federal, por uma suposta tentativa de golpe de Estado após a vitória de Lula no pleito presidencial de 2022. O ministro do STF Alexandre de Moraes ouviu o ex-presidente Jair Bolsonaro; os ex-ministros Walter Braga Netto, Anderson Torres, Augusto Heleno (o único que não respondeu às perguntas de Moraes) e Paulo Sérgio Nogueira; o deputado federal e ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem; o ex-comandante da Marinha Almir Garnier; e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Se as defesas não pedirem diligências adicionais, a fase de instrução estará encerrada e as partes deverão fazer suas alegações finais antes que Moraes elabore seu voto e a Primeira Turma do STF marque o julgamento.
A não ser que estejamos diante de uma versão bananeira dos show trials soviéticos, em que os réus já estavam condenados por antecipação e todo o rito jurídico não passava de encenação para simular um julgamento justo, os ministros estarão diante de uma série de dilemas jurídicos que envolvem desde o chamado iter criminis até questões levantadas pela formulação dos crimes contra o Estado Democrático de Direito – Bolsonaro e os demais réus do “núcleo 1” respondem por tentativa de golpe de Estado (artigo 359-M do Código Penal), abolição violenta do Estado Democrático de Direito (artigo 359-L), organização criminosa armada (artigo 288), dano qualificado (artigo 163) e deterioração de patrimônio (artigo 62 da Lei de Crimes Ambientais) – estas duas últimas acusações estão ligadas aos atos de 8 de janeiro de 2023.
A julgar pelos depoimentos dos réus – incluindo o de Mauro Cid, cuja delação premiada, obtida em condições bastante questionáveis (ainda que ele tenha dito o contrário em seu interrogatório), é a base para toda a acusação –, o máximo que se pode concluir é que, após a vitória de Lula, havia de fato indignação na cúpula do governo e das Forças Armadas. O tenente-coronel relatou pressões por algum tipo de “virada de mesa” que permitisse a manutenção de Bolsonaro no poder, ou a anulação das eleições e realização de um novo pleito. Mas o próprio Cid também afirmou que, embora instigado por militares, Bolsonaro não assinou decreto algum, ainda que supostamente tenha chegado a ler e a sugerir mudanças no documento.
Se tudo o que a PGR tem para acusar o “núcleo 1” é a delação de Mauro Cid, as tais minutas e o que foi colhido nos depoimentos, inclusive dos réus, a conclusão é a de que não há base para condenações na letra fria do Código Penal
Este é o fato inegável, que mesmo os adversários mais viscerais de Bolsonaro precisam reconhecer: não houve nenhum papel assinado e, apesar de todas as supostas pressões, a transição de poder ocorreu de forma pacífica. Ninguém impediu Lula de subir a rampa do Planalto em 1.º de janeiro de 2023, e isso nos leva ao primeiro dilema. Ainda que militares, civis e o próprio Bolsonaro possam ter, em algum momento, desejado uma ruptura, e até mesmo planejado algo neste sentido, nada foi colocado em prática. O iter criminis (“caminho do crime”) tem quatro estágios: cogitação, preparação, execução e consumação. Como não houve a tentativa concreta de golpe, na pior das hipóteses chegou-se apenas à fase de preparação, e isso não é suficiente para a condenação. Doutrina e jurisprudência exigem ao menos a tentativa para a responsabilização penal, e a tentativa é definida no artigo 14, II, do Código Penal: ela acontece quando, “iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente”.
Para entendermos por que não se pode considerar que houve tentativa, sugerimos um exemplo recente de um país vizinho. Em dezembro de 2022, o então presidente peruano, Pedro Castillo, prestes a sofrer um impeachment, assinou a dissolução do Congresso, a convocação de novas eleições parlamentares e um toque de recolher – em outras palavras, um autogolpe de Estado que foi, de fato, tentado, já que as ordens foram todas devidamente assinadas. Castillo só não foi bem-sucedido porque o Legislativo e as forças de segurança não lhe deram seu apoio, e o presidente acabou preso. Aqui é evidente que houve tentativa, mas no caso brasileiro nem isso chegou a ocorrer. Por esse ponto de vista, não haveria elementos para condenar Bolsonaro e os réus do “núcleo 1” por golpe ou abolição do Estado de Direito.
Ocorre que a lei dos crimes contra o Estado Democrático de Direito, em seus artigos 359-L e 359-M, define os crimes com o verbo “tentar”: respectivamente, “tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito” e “tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído”. É uma formulação diferente da de outros crimes, como o homicídio (“matar alguém”) ou a corrupção (“solicitar ou receber (…) vantagem indevida” e “oferecer ou prometer vantagem indevida”). Isso força uma segunda discussão, e a redundância, aqui, é necessária: os réus “tentaram tentar” um golpe? Os supostos atos preparatórios, as reuniões, a redação de minutas e a busca por apoio a uma ruptura já poderiam constituir uma “tentativa de tentativa”? Não existe resposta pronta para essa questão, que haverá de consumir muito tempo da acusação e dos ministros se eles tiverem a honestidade intelectual necessária para enfrentar esse problema.
Por fim, e ainda que se conclua que houve uma “tentativa de tentativa de golpe”, outro aspecto da redação dos mesmos artigos 359-L e 359-M terá de ser analisado, pois ambos afirmam que o golpe ou a abolição do Estado de Direito precisam ter sido tentados “por meio de violência ou grave ameaça”. E, também a julgar pelos depoimentos do réu delator e dos réus delatados, não houve nem uma nem outra. A única maneira de associar os réus a qualquer tipo de violência seria forçar uma ligação entre a eventual trama do fim de 2022 com os acontecimentos de 8 de janeiro – e, aqui, usamos o verbo “forçar” intencionalmente, porque também esse elo é tremendamente frágil.
Se tudo o que a PGR tem para acusar o “núcleo 1” é a delação de Mauro Cid (com todas as suas incoerências, mudanças de versão e circunstâncias obscuras), as tais minutas e o que foi colhido nos depoimentos, inclusive dos réus, a conclusão é a de que não há base para condenações na letra fria do Código Penal: seja porque não se chegou à fase de tentativa real de golpe de Estado ou de abolição do Estado de Direito, seja porque mesmo uma eventual “tentativa de tentativa” não se deu com o uso da violência, que a lei considera necessária para configurar o crime. No entanto, bem sabemos que o STF tem deixado de lado o princípio pelo qual a lei penal tem de ser interpretada da maneira mais restritiva possível; a corte, por exemplo, já alargou o conceito de “violência” e tem usado a ideia de “crime multitudinário” como muleta para condenar os réus do 8 de janeiro. Um novo “teste de estresse” para a frágil democracia brasileira está a caminho.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/depoimentos-dilemas-acusacao-bolsonaro/
Câmara dá “ultimato” ao governo Lula e ameaça barrar pacote de aumento de impostos

A Câmara dos Deputados entrou em rota de colisão com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diante dos pacotes de aumentos de impostos apresentados pelo Executivo nos últimos dias. A crise pode resultar, entre outros pontos, na derrubada do decreto que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) já na próxima segunda-feira (16), e no desembarque da federação do União Brasil-PP da base do petista.
A primeira reação dos deputados foi acertada durante reunião nesta quinta-feira (12) do Colégio de Líderes. No encontro, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), acatou o pedido da oposição para incluir na pauta de votações o requerimento de urgência do projeto que susta o decreto do Executivo.
“Conforme tenho dito nos últimos dias, o clima na Câmara não é favorável para o aumento de impostos com objetivo arrecadatório para resolver nossos problemas fiscais”, disse Motta nas redes sociais.
Agora, caso a urgência do pedido da oposição seja aprovada na próxima segunda, o projeto que derruba o decreto de Lula fica pronto para ser votado em definitivo pelo plenário da Casa, sem ter que passar por comissões ou cumprir prazos regimentais. No final de maio, Hugo Motta já havia demonstrado sua irritação com o Executivo e cobrado que outra alternativa ao aumento do IOF fosse apresentada pela equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Como recuo ao aumento do IOF, o governo Lula publicou uma Medida Provisória (MP) que eleva de 12% para 18% a alíquota dos impostos sobre o faturamento das empresas de apostas esportivas, as chamadas Bets. O texto também prevê o fim da isenção das aplicações em LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito Agrícola).
Essa medida entrou em vigor imediatamente após a publicação, mas o Congresso tem um prazo de até 120 dias para analisar o texto. A alternativa apresentada pela gestão petista, no entanto, também não foi bem aceita por partidos do Centrão, que passaram a endossar o pleito da oposição para que o pedido de derrubada do decreto sobre o IOF fosse levado para votação.
O requerimento de urgência apresentado pela bancada do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, contou com a adesão de líderes do União Brasil, Progressistas (PP), Podemos, Novo e Republicanos. Há ainda a expectativa de adesão do PSD nos próximos dias.
“Conseguimos avançar no pedido de urgência para sustar essa medida que o governo trata do IOF. No caso da Medida Provisória, o Congresso ainda vai ter um prazo para ver o que passa e o que não passa. Nós temos que mostrar ao governo que não é aumentando imposto, que não é por meio de um confisco, que nós vamos arrumar a economia do Estado”, disse o líder da oposição, Luciano Zucco (PL-RS).
O líder do Novo, deputado Marcel Van Hattem (RS), também criticou a proposta do Executivo. Segundo ele, o compromisso da oposição não é com o aumento de impostos.
“O aumento do IOF é uma agressão ao Congresso, porque não se pode aumentar imposto de arrecadação via decreto. O IOF é um imposto regulatório e não arrecadatório”, disse o parlamentar.
Centrão manda recado e governo promete liberar emendas para “distensionar” relação
A inclusão do pedido de urgência na pauta de votação da próxima segunda foi vista dentro do Palácio do Planalto como uma forma de recado por parte dos líderes do Centrão. O descontentamento do grupo foi acentuado nos últimos dias depois que o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), publicou uma nova decisão questionando a liberação de emendas parlamentares.
O magistrado deu prazo de 10 dias úteis para o governo, o Congresso e os partidos políticos prestarem informações sobre o suposto pagamento de “emendas de comissão paralelas” e um “novo Orçamento Secreto no Ministério da Saúde”. A decisão, publicada na terça-feira (10), irritou Motta, que no mesmo dia convocou uma reunião de emergência com líderes da base do Executivo.
No encontro, o deputado sinalizou que, se o pagamento de emendas parlamentares for novamente paralisado, os projetos de interesse do Planalto ficariam travados na Câmara. Nos bastidores, integrantes do Centrão avaliam que as decisões de Dino em relação às emendas seriam uma forma de ajudar o governo petista. O ministro foi indicado ao STF pelo presidente Lula.
Para tentar contornar a crise, a ministra Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais, anunciou que o Executivo iria liberar os pagamentos de emendas como forma de tentar conter a animosidade dos parlamentares da base. Segundo ela, o governo precisou readequar o sistema de pagamentos depois do acordo com o Judiciário e o Legislativo sobre as novas regras de transparência.
“Entre a aprovação, sanção e o início de execução das emendas, nós temos um processo a cumprir, principalmente depois das decisões do Supremo Tribunal Federal, do ministro Flávio Dino. Tivemos que adaptar todos os sistemas e tem o processamento das emendas. Demora um tempo mais. Mas os prazos de processamento dado aos ministérios encerraram na sexta-feira”, disse Gleisi nesta quarta-feira (11).
As emendas são um dos principais instrumentos de poder no cenário político atual. Por meio delas, parlamentares disputam com o Executivo a capacidade de determinar a destinação de parte do Orçamento da União. Elas são usadas por deputados e senadores para mandar recursos para suas bases eleitorais.
“Então, nós já estamos fazendo o empenho dessas emendas e já vamos começar a pagar a partir deste final de semana”, completou a ministra.
Assessores do Planalto ouvidos pela reportagem sinalizaram que serão liberados cerca de R$ 250 milhões nos próximos dias.
Ao deixar a reunião de líderes desta quinta, o deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo Câmara, tentou minimizar o desgaste com a base. Segundo o petista, o Executivo vai tentar um acordo até a próxima semana par que o pedido de derrubada do decreto sobre o IOF não precise ser votado na Casa.
“Vamos trabalhar para buscar os entendimentos até segunda-feira e vamos atuar para construir um bom entendimento. O governo editou um decreto importante. Se for derrubado, vai ter um contingenciamento maior. Também editou uma MP, que vai ser discutida”, disse o petista.
Guimarães admitiu também que a MP publicada pelo governo como alternativa ao aumento do IOF criou ainda mais impasse com o Congresso. “A resistência maior foi em cima da MP. Os itens do decreto foram discutidos. A principal divergência é sobre os pontos levantados sobre a medida provisória, como a ampliação das taxações dos grandes bancos e a questão dos incentivos”, completou.
Principal bancada do Congresso Nacional, a Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA), por exemplo, se mobilizou contra o trecho da MP que acaba com a isenção da LCA. O título, negociado no mercado de aplicações financeiras, é considerado um dos mais atraentes ao investidor pessoa física, que não paga Imposto de Renda sobre o rendimento deles. A LCA é usada, principalmente, no financiamento do agronegócio brasileiro.
“Temos um entendimento muito claro que o governo tentou a questão do IOF, sabendo que não teria sucesso, e agora tenta inovar com alternativas. A taxação da LCA é um golpe muito duro no agro e um ataque direto no setor. É algo que nos preocupa muito”, afirmou o deputado Pedro Lupion (PP-PR), presidente da FPA.
Pacote fiscal de Lula amplia pressão pelo desembarque da federação União-PP
Além do revés com o presidente da Câmara, Hugo Motta, o pacote fiscal apresentado pelo governo Lula também serviu como munição para ampliar o desgaste do Executivo entres os parlamentares que fazem oposição dentro da federação formada pelo União Brasil e pelo Progressistas (União-PP). Juntos, esses dois partidos ocupam ao menos 4 ministérios da gestão petista, além da indicação em diretorias da Caixa Econômica Federal, por exemplo.
Apesar de contar com cerca de 109 deputados, a bancada da federação não costumar votar integralmente com o Palácio do Planalto. Desde a sua criação, em abril deste ano, nomes como Antônio Rueda, presidente do União Brasil, e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do PP, defendem que os partidos desembarquem oficialmente da base do governo petista.
No caso do pacote de aumento de impostos, por exemplo, Rueda sinalizou que a federação fechou questão para votar totalmente pela derrubada do decreto de Lula. “É preciso entender que são duas e não apenas uma a coluna do orçamento: receita e despesa. Só aceitaremos examinar qualquer discussão fiscal se a coluna das despesas estiver no centro do debate”, declarou o presidente do União Brasil.
Apesar da indisposição com o governo, o professor Leandro Gabiati, doutor em de Ciência Política, pondera que o movimento da federação União-PP não deve gerar a entrega imediata dos cargos no governo. “O que está acontecendo é que aqueles parlamentares que estão mais alinhados ao governo estão declarando ou sinalizando que há uma insatisfação. Provavelmente essa insatisfação tem a ver com liberação de emendas, mas que não deve levar a uma radicalização e a entregar cargos no governo”, explicou.
A avaliação é reforçada por integrantes dos partidos mais alinhados ao Executivo e que, embora referendem a posição contrária às medidas fiscais, não devem cobrar o abandono dos cargos na Esplanada neste momento.
Em pronunciamento na tribuna, Nelson Padovani (União-PR) destacou que o governo tem boicotado o desenvolvimento do Brasil. “O governo boicota o país, não tem a mínima legitimidade de continuar com a caneta, porque ele não faz nada de prosperidade para a nossa nação”, disse.
Questionado sobre a entrega de ministérios ocupados por filiados aos partidos da federação, Padovani disse à Gazeta do Povo que é oposição desde o início do mandato, ressaltando que não fez parte dos acordos que requisitaram ministérios no governo Lula. “Continuaremos fiscalizando e cobrando o governo. Em especial o Ministério do Turismo, que o União Brasil tem um filiado como ministro, é o ministério mais bem avaliado do governo”, opinou o deputado.
A movimentação da federação União‑PP, embora cause desconforto no governo, não surpreende os analistas. Como pondera o cientista político Luiz Jardim, a federação integra o chamado Centrão, um grupo conhecido por sua flexibilidade política e pragmatismo eleitoral.
“Os partidos, e especialmente os do Centrão, tem por base a população nas suas regiões eleitorais. Quando o povo apoia as políticas do governo, eles [partidos] estão com ele [governo]. Quando percebem que o povo está abandonando o governo, naturalmente eles se afastam também”, explica Jardim.
Falta de articulação e desaprovação de Lula dificultam a vida do governo
A incapacidade de articulação com o Congresso e a falta de interesse em tratar das contas do país com responsabilidade são apontadas como o centro da atual crise para o governo Lula. Ao cenário se soma a queda na popularidade do petista nos últimos meses.
Para o cientista político Adriano Cerqueira, o pacote fiscal é mais uma tentativa do governo de fazer uma “narrativa de que está preocupado com as contas públicas”. “O governo não tem essa preocupação, esse interesse. Se tivesse, desde o início do seu terceiro mandato, Lula teria feito isso. Só que o que indicou foram exatamente outras sinalizações”, aponta Cerqueira ao mencionar o aumento no número dos ministérios feito logo no primeiro ano de mandato.
Cientista político da Consultoria Kramer, Paulo Kramer avalia que a situação do governo Lula é fruto do projeto de poder que o petista busca sustentar. “A miserabilização do Brasil pela via da hipertributação e do gasto público descontrolado e demagógico não é fruto da incompetência da esquerda: é projeto de poder, que aposta na eternização da dependência dos pobres em relação ao lulopetismo”, afirma Kramer.
Para Gabiati, a indisposição da federação União-PP se amplia de acordo com a impopularidade do governo Lula. “A isso se somam os números negativos das pesquisas em relação à popularidade do presidente e da imagem do governo. Também, contribui um pouco para antecipar o clima eleitoral de 2026”, avalia.
Na mesma linha, Kramer aponta ainda que a situação no Congresso é reflexo do eleitorado. “Hoje em dia o eleitorado está, pelo menos, rachado ao meio, e a metade que percebeu que paga a conta tomou consciência da sua força eleitoral. Por isso, a maioria do atual Congresso se mostra contrária a propostas de aumento de tributos, embora ainda relute em dar o passo logicamente necessário de reduzir a carga”, explica.
Além disso, Jardim destaca que, quando a popularidade do governo cai, os políticos sentem os reflexos em suas regiões e então os partidos passam a se afastar do Executivo. “É isso que está acontecendo, porque o pacote fiscal do governo se resume em aumentar impostos e povo já percebeu isso. [A população] sente a inflação no preço. Logo, o governo perde popularidade. Sem popularidade, os partidos se afastam”, explica.
FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/camara-da-ultimato-ao-governo-lula-e-ameaca-barrar-pacote-de-aumento-de-impostos/
Lula quer “mãozinha” do STF para anular ações que favorecem aposentados do INSS

O governo Lula entrou com uma ação no STF pedindo a suspensão de todas as ações judiciais movidas por vítimas do escândalo do INSS contra a União.
O documento, assinado por Lula e pelo AGU, Jorge Messias, solicita que as decisões já proferidas contra o governo percam a eficácia com urgência.
A AGU requer, no mérito, a declaração de inconstitucionalidade das decisões que condenaram a União e o INSS por descontos indevidos, entre março de 2020 e março de 2025 – período investigado na Operação Sem Desconto.
O órgão alega que algumas decisões da Justiça têm reconhecido a responsabilidade estatal pelas fraudes no INSS sem comprovar dano, ação ou omissão administrativa ou a relação entre eles. Argumenta, ainda, que em alguns casos foi fixada indenização em dobro do valor descontado, geralmente utilizada em processos que tratam de relações consumeristas.
Em suma, Lula quer uma ‘mãozinha’ do STF para prejudicar os velhinhos aposentados e pensionistas.
Isso é o PT.
Moraes sofre nova derrota em tribunal internacional

Um desfecho silencioso e definitivo ocorreu no caso do jornalista Oswaldo Eustáquio. A Audiência Nacional da Espanha recusou, de forma irrevogável, o último recurso apresentado pelo Brasil para extraditá-lo.
Três fontes do governo Lula confirmaram à imprensa que não há mais possibilidade de apelação na Justiça espanhola, encerrando o processo de forma definitiva. A decisão, mantida apesar das reiteradas tentativas da diplomacia e da Advocacia-Geral da União, sepulta qualquer expectativa de que Eustáquio seja devolvido às autoridades brasileiras.
Uma derrota escancara do ministro Alexandre de Moraes.
A defesa de Eustáquio, embora ainda não tenha sido oficialmente notificada, já vinha alegando desde o início a impossibilidade jurídica da extradição, sob o argumento de que o Brasil, por ter sido aceito no processo apenas como assistente da acusação, não teria legitimidade para recorrer de decisões contrárias ao Ministério Público espanhol — entendimento que foi acatado pelo tribunal.
Com a decisão, Oswaldo Eustáquio permanece em território espanhol, livre de risco de extradição.
Polícia Federal prende Gilson Machado e Mauro Cid

A Polícia Federal cumpriu nesta sexta-feira, 13, mandados contra o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e Gilson Machado, ex-ministro do Turismo do governo Jair Bolsonaro. Cid é acusado de tentar de obter passaporte para deixar o país. Inicialmente, fontes informaram à imprensa que o militar havia sido preso, mas logo depois foi divulgado pelo canal CNN que a ordem de prisão já havia sido revogada. Ele será ouvido pela Polícia Federal ainda nesta sexta-feira.
A ação é resultado de apuração da Procuradoria-Geral da República sobre a suspeita de que Mauro Cid buscava cidadania portuguesa com o objetivo de sair do Brasil. Gilson Machado também foi preso no contexto da investigação. Ele é acusado de intermediar a tentativa de obtenção de um passaporte português para Cid.
FONTE: REVISTA OESTE https://revistaoeste.com/politica/policia-federal-prende-gilson-machado-e-mauro-cid/
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