Parlamentares repercutem caminhada pró-anistia e cobram atitude de Motta

Bolsonaro participou do ato pela anistia em 7 de maio (Foto: Vinícius Sales/Gazeta do Povo)

Parlamentares da oposição elogiaram a caminhada humanitária pela anistia que ocorreu nesta quarta-feira (7), em Brasília, com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro. A Gazeta do Povo acompanhou toda a caminhada e conversou com alguns parlamentares no final do percurso.

O ato foi mobilizado pelo pastor Silas Malafaia e reuniu milhares de pessoas para pressionar pela aprovação do projeto que concede anistia aos presos do dia 8 de janeiro. A proposta está travada na Câmara dos Deputados aguardando que o requerimento de urgência seja pautado pelo presidente Hugo Motta (Republicanos-PB).

O presidente do PL, Valdemar Costa, avaliou a caminhada pela anistia como “importantíssima”. “Foi um ato tranquilo, pacífico e muito prestigiado”, disse.

Para o senador Izalci Lucas (PL-DF), o ato pela anistia surpreendeu pela quantidade de gente, no dia de semana e no meio da tarde.

“Isso demonstra que as pessoas não perderam a esperança. Essa demonstração reforça a urgência de votarmos a anistia. E nós vamos cobrar isso lá no Congresso. Eu acho que vai aprovar. Espero que seja irrestrita”, declarou o senador.

Já o deputado federal Eli Borges (PL-TO) destacou que a caminhada serviu para reforçar “a maneira, a forma que a democracia aconteceu em 8 de janeiro”. “Nós repetimos a mesma caminhada para provar que essa gente que estava aqui representa os que estão presos na defesa da brasilidade. É alguma minoria que fez bagunça, o governo que foi omisso e não cuidou do Palácio e do Supremo” disse Borges.

Ao ser questionado sobre a possibilidade de Motta pautar ou não o PL da Anistia, o deputado declarou que ele “é fruto do voto popular”. “E quem é fruto do voto popular, entende o clamor das ruas. E tem fé que ele vai pautar”, acrescentou.

De acordo com o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), as pessoas estavam com receio de irem às ruas de Brasília e a caminhada mostrou um “povo pacífico e ordeiro”. “Nós fizemos uma caminhada pacífica e com certeza essa voz chegará aos ouvidos de Hugo Motta para que paute a anistia o mais rápido possível, com urgência. Anistia, já!”, disse.

O deputado Filipe Barros (PL-PR) ressaltou a “capacidade de mobilização de Bolsonaro” para reunir milhares de pessoas pela anistia.

“Foi uma manifestação na quarta-feira, no meio da tarde, convocada há poucos dias, que reuniu milhares de pessoas aqui, em Brasília. Mais uma vez, uma manifestação pacífica, que serve como pressão popular para que o Congresso Nacional vote finalmente a anistia humanitária aos presos políticos do dia 8 de janeiro, que estão presos injustamente”, disse Barros ao reforçar que nem os corruptos recebem penas de 17 ou 18 anos de cadeia.

Pressão ao Motta para pautar anistia

Nos discursos feitos na caminhada, os parlamentares cobraram uma atitude do presidente Hugo Motta para que ele paute com urgência o projeto da anistia.

À Gazeta do Povo, o vice-líder da Oposição, deputado Sanderson (PL-RS), afirmou que o Motta “está tentando fugir dessa pauta, mas ele não tem alternativa”. “Ou ele vai ter que colocar em pauta na semana que vem, ou no mês que vem, ou no semestres que vem, mas o fato é que ele tem que pautar, porque a maioria dos deputados querem que esse projeto de anistia seja votado”, disse.

Sanderson ainda reforçou que o andamento da CPI do INSS não deve atrapalhar a votação do projeto da anistia. “São duas frentes autônomas e independentes, CPI é uma coisa e o projeto da anistia é outra coisa bastante diferente. As duas coisas precisam ser levadas em consideração, porque ambos os projetos têm apoio popular, são pautas nacionais”, explicou.

O filho do ex-presidente Bolsonaro, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), defendeu que a proposta de anistia em discussão no Congresso deve ter como foco principal fazer justiça a pessoas que, segundo ele, estão sendo injustamente criminalizadas. Para o senador, há uma distorção na aplicação das leis, com a tipificação de crimes “inexistentes” e a imposição de penas desproporcionais. Ele critica especialmente casos em que atos como depredação de patrimônio público são enquadrados como atentados ao Estado Democrático de Direito.

Flávio afirmou que o projeto de anistia que tramita na Câmara, de autoria do deputado Capitão Alberto Neto, deve corrigir essas distorções, e rejeitou a ideia de negociar um texto que apenas reduza penas, sem reconhecer a inocência de pessoas que, na sua avaliação, não cometeram crimes. “A gente não pode concordar que pessoas que não fizeram nada tenham algum crime imputado injustamente e paguem por isso com pena menor. Isso não existe”, disse o senador.

Ele também classificou a atuação do Judiciário como uma “intervenção no Legislativo” e cobrou que a imprensa não normalize, segundo ele, esse tipo de interferência. Além disso, Flávio mencionou a importância da CPMI do INSS, destacando como prioridade a investigação de problemas no atendimento aos aposentados.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/parlamentares-repercutem-caminhada-pro-anistia-e-cobram-atitude-de-motta/

Justiça dá 48h a Lula após levante de Nikolas

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O juiz federal Waldemar Claudio De Carvalho determinou, nesta semana, que o governo Lula e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) se manifestem, no prazo de 48 horas, sobre denúncias de irregularidades envolvendo descontos indevidos na folha de pagamento de aposentados e pensionistas. A decisão foi tomada em caráter de urgência, dentro de uma ação popular movida pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) e pelo vereador Guilherme Kilter (Novo-PR).

A ação exige explicações do governo e do INSS quanto a fraudes associativas que teriam causado prejuízos estimados em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Além disso, questiona a conduta do ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, cuja atuação à frente da pasta é apontada como omissa diante das irregularidades.

Os autores da ação pedem que União, INSS e o ex-ministro sejam responsabilizados e que haja o ressarcimento imediato aos cofres públicos, além da devolução dos valores indevidamente cobrados dos aposentados.

A medida judicial foi tomada após operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), realizada no último dia 23 de abril, que revelou um esquema de descontos associativos ilegais em benefícios previdenciários. Segundo o ministro da CGU, Vinicius Marques de Carvalho, as entidades envolvidas não tinham capacidade real de prestar os serviços que alegavam oferecer, operando sem estrutura funcional e lesando milhares de idosos em todo o país.

Como consequência das investigações, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado e posteriormente exonerado. Pouco depois, Carlos Lupi deixou o cargo de ministro da Previdência, em meio à pressão pública e política.

O Ministério Público Federal também foi intimado a se manifestar no processo. 

O levante de Nikolas Ferreira está tirando o sono de Lula

FONTE: JCO https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/69749/justica-da-48h-a-lula-apos-levante-de-nikolas

Câmara desafia STF e suspende ação contra Ramagem por suposta tentativa de golpe

Câmara suspende ação penal do STF contra Ramagem
Decisão da Câmara que sustou ação por suposto plano de golpe contra Ramagem pode abrir brecha para beneficiar Bolsonaro. (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

A Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta quarta-feira (7), a suspensão da ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), que era réu por suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. Foram 315 votos a favor, 143 contra e 4 abstenções.

Logo após a aprovação, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), promulgou a decisão. Com isso, a medida tem efeito imediato. O texto não precisa ser analisado pelo Senado. Mais cedo, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) já havia aprovado a proposta.

“Esta resolução entra em vigor na data da sua promulgação. Determino o imediato encaminhamento desta resolução ao STF junto com as notas taquigráficas desta sessão”, afirmou o presidente da Câmara ao final da votação.

Motta citou o regimento interno da casa para limitar a discussão no plenário e os deputados não puderam apresentar emendas ao parecer da CCJ, que poderiam alterar o texto, e pedidos de retirada de pauta. Nas redes sociais, Ramagem classificou a decisão como “uma grande vitória” e disse que o “parlamento está acordando”.

“É a [vitória] da defesa do mandato parlamentar, do mandato do povo, que me escolheu para estar aqui, contra essas perseguições e usurpações de poder. estamos defendendo a Câmara dos Deputados e a Constituição”, disse Ramagem ao lado do deputado federal Marco Feliciano (PL-SP).

A Primeira Turma do STF tornou Ramagem, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros seis acusados réus por suposta participação na trama golpista no dia 26 de março. O deputado é o único denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) com foro privilegiado.

O texto aprovado é genérico e prevê que será “sustado o andamento da ação penal contida na Petição 12.100 [inquérito do golpe], em curso no STF, em relação a todos os crimes imputados”. A redação provocou embate entre os parlamentares, pois não especifica que a sustação do processo se refere apenas a Ramagem, que faz parte do do chamado “núcleo crucial”, formado por oito denunciados.

Também são julgados neste grupo: Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Augusto Heleno, ex-ministro do GSI; Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.

Câmara enfrenta decisão do STF sobre Ramagem

No início de abril, o PL pediu à Câmara a suspensão da ação penal com base no artigo 53 da Constituição. A lei estabelece que, uma vez recebida a denúncia por crime ocorrido após a diplomação, o partido pode sustar o andamento da ação com voto da maioria da Câmara.

No entanto, o presidente do colegiado, ministro Cristiano Zanin, informou a Motta que apenas dois dos cinco crimes atribuídos a Ramagem poderiam ser sustados: dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima; e deterioração de patrimônio tombado.

Essas acusações estão vinculadas aos atos de 8 de janeiro de 2023, portanto, após a diplomação do deputado realizada em dezembro de 2022. Com isso, o deputado continuaria a responder pelos crimes considerados mais graves: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

A decisão da Corte teria sido vista pelo presidente da Câmara como uma forma de interferência na prerrogativa do Legislativo. O relator do pedido do PL, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), considerou que todos os requisitos previstos na Constituição para suspender a ação penal foram observados: denúncia, recebimento da mesma pelo STF e que os crimes tenham sido cometidos a partir da diplomação, informou a Agência Câmara.

“Esta Casa não é menor do que qualquer Poder da República. Estamos decidindo os fundamentos das prerrogativas constitucionais deste Parlamento”, disse Gaspar.

Embate entre oposição e base do governo

O líder do PT, Lindbergh Farias (PT-RJ), afirmou que a aprovação da medida vai beneficiar todas as 34 pessoas acusadas pelo suposto plano de golpe. O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), apontou que o objetivo da medida é provocar o STF e criar uma crise institucional.

“No debate na CCJ, ficou nítido que o objetivo político é tomar uma decisão na Câmara dos Deputados para elevar a tensão e o choque com o Supremo Tribunal Federal”, disse Silva.

Já o líder da oposição na Câmara, deputado Zucco (PL-RS), afirmou, em nota, que a decisão do plenário “representa um marco inequívoco da recuperação do equilíbrio entre os Poderes, da defesa das prerrogativas e da reafirmação da altivez do Poder Legislativo diante de evidentes violações processuais”.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/camara-suspende-acao-penal-do-stf-contra-ramagem-por-golpe/

Lula celebrará 80 anos da vitória da Europa na Segunda Guerra com Putin e outros ditadores na Rússia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva em chegada a Moscou, capital da Rússia, nesta quarta. Ele se reúne com Putin durante viagem ao país (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu prestigiar as celebrações dos 80 anos da vitória aliada na Segunda Guerra nesta sexta-feira (9), na Rússia, ao lado de ditadores e autocratas como Vladimir Putin (Rússia), Xi Jinping (China), Miguel Diaz-Canel (Cuba) e Nicolás Maduro (Venezuela). A decisão de celebrar a data em Moscou ignora os eventos realizados em democracias liberais, que comemoram o Dia da Vitória na Europa nesta quinta-feira (8). Para analistas, a escolha é mais um gesto político de aproximação do petista a Putin no contexto da invasão russa à Ucrânia.

A Rússia chama a Segunda Guerra de Grande Guerra Patriótica e celebra o fim dos confrontos no dia 9 de maio, quando tropas nazistas se renderam aos soviéticos em Berlim. A tradição de realizar grandes paradas militares como demonstração de força militar foi resgatada por Putin no ano de 2008, quando ele começou a anunciar que a Rússia criaria mísseis hipersônicos e novos tipos de armas nucleares.

Reino Unido, França, Áustria, Bélgica, Polônia e outros países europeus celebram o Dia da Vitória na Europa em 8 de maio, data que marca o anúncio na imprensa mundial da rendição incondicional do exército alemão ao general aliado Dwight Eisenhower na catedral de Reims, na França – evento que havia ocorrido um dia antes, em 7 de maio.

Os Estados Unidos também comemoram a data em 8 de maio, mas ela tem uma importância relativamente menor para o país, já que o conflito continuou no Pacífico até setembro. Em anúncio feito nas redes sociais, o presidente Donald Trump afirmou que daria à data o nome de “Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial”, mas a medida ainda não foi concretizada pela Casa Branca.

A celebração russa em uma data diferente dos demais países, explicam os analistas consultados pela reportagem, é vista como uma manobra para fazer a população crer incorretamente que a vitória contra a Alemanha nazista de Adolf Hitler foi só ou principalmente devido à atuação da União Soviética.

Visita de Lula a Moscou para o Dia da Vitória tem peso político pejorativo

Analistas avaliam com preocupação a decisão de Lula em celebrar a data em Moscou, isso porque o encontro do petista com Putin pode chancelar a percepção de que o mandatário brasileiro tem um “lado” na guerra na Ucrânia. Soma-se a isso ainda o viés político que o ditador russo tem dado ao dia 9 de Maio.

O Brasil não tem tradição em comemorar o Dia da Vitória na Europa. As principais celebrações são homenagens aos Pracinhas (combatentes brasileiros da Segunda Guerra) realizadas na manhã desta quinta-feira (8) em diversas unidades do Exército. Um dos maiores atos é organizado no Rio de Janeiro, no Momumento Nacional aos mortos pela Segunda Guerra. Outra celebração, do Comando Militar do Sudeste, ocorreu na Praça Heróis da FEB, em São Paulo. Ele teve a presença de diplomatas europeus que se mobilizaram para homenagear a Força Expedicionária Brasileira. Estavam presentes diplomatas do Reino Unido, Ucrânia e Bélgica.

Na Rússia, o Dia da Vitória é usado para engajar o espírito nacionalista entre a população russa, mas nos últimos anos, Putin tem utilizado a data para justificar a invasão que fez à Ucrânia em fevereiro de 2022. Neste ano, além de Lula, o ditador russo convidou diversos aliados para participar do evento, em uma tentativa de mostrar força política em um momento que tem sido pressionado pelo fim da guerra no território ucraniano.

“Esse é um evento carregado de muito simbolismo, onde o Kremlin procura fazer prosperar a sua narrativa. É uma parada militar que serve para poder mostrar poder, capacidade e disposição para o conflito por parte do país invasor na guerra da Ucrânia”, avalia o professor Elton Gomes, do departamento de Ciência Política da Universidade Federal do Piauí (UFPI).

Na avaliação do diplomata e ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero, a viagem de Lula é inconveniente e pode trazer prejuízos para a diplomacia brasileira no atual contexto geopolítico. “É sinal de uma visão ideológica anacrônica do sistema internacional própria da esquerda envelhecida e desatualizada. Compromete a isenção que a política exterior brasileira deveria manter ao se inclinar em favor da Rússia e da China”, avalia.

“Se trata de uma viagem altamente inoportuna e inconveniente pois só pode ser interpretada como apoio implícito a um ditador que é o responsável pela mais grave violação dos princípios da Carta da ONU e do Direito Internacional: a agressão contra a Ucrânia. Em plena guerra da Ucrânia, a visita prestigia um regime alvo de condenações da Assembleia Geral da ONU e de sanções internacionais”, pontua Ricupero.

Ricupero, que também foi embaixador do Brasil em Londres e em Washington, aponta ainda para uma certa incoerência de Lula ao participar do evento. Isso porque a agressão russa contra a Ucrânia realizada em fevereiro de 2022 “reintroduziu a guerra no continente europeu 80 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial”.

Lula deve ficar cerca de três dias na Rússia, onde também terá uma reunião bilateral com Vladimir Putin. O encontro com o ditador, conforme informou o embaixador e secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty, Eduardo Saboia, será para tratar assuntos políticos e de interesse dos dois líderes, descartando a possibilidade de temas da agenda bilateral ou dos Brics serem o alvo da reunião.

Além das celebrações do Dia da Vitória, o governo brasileiro pretende assinar acordos de parceria estratégica com a Rússia. A comitiva do mandatário brasileiro conta com o chanceler Mauro Vieira, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e a ministra de Ciências e Tecnologia, Luciana Santos. O ex-chanceler e assessor para assuntos especiais da presidência, Celso Amorim, também acompanha a viagem.

A primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, Janja, também acompanha Lula em seus compromissos em Moscou. Janja chegou à Rússia antes do petista e cumpriu uma agenda exclusiva no país, com visitas a faculdades, museus e encontros com brasileiros que residem em território russo. De Moscou, Lula segue para a China, onde participa do Fórum Celac-China e assina novos acordos com o governo chinês.

Viagem para a Rússia chancela “lado” de Lula na guerra da Ucrânia, dizem analistas 

Para analistas consultados pela Gazeta do Povo, Lula passa uma mensagem equivocada ao se reunir com Putin na Rússia. “Do ponto de vista da imagem do Brasil no exterior, é ruim, porque o Brasil, por ter uma diplomacia muito pragmática e calcada em questões muito objetivas de comércio exterior, procura evitar dar demonstrações ou sinalizações de que teria adesão a qualquer um dos lados e seja qual for a disputa”, avalia Elton Gomes sobre a viagem de Lula a Moscou.

Desde que retornou ao Planalto para seu terceiro mandato, o petista tem feito declarações sobre seu desejo de intermediar o conflito e encontrar uma solução pacífica para a guerra. O Brasil chegou a apoiar, ao lado da China, um plano em seis pontos para promover um cessar-fogo no território ucraniano. Apesar das iniciativas, Lula adotou discursos que vão na contramão do Ocidente e que foram vistos como acenos a Putin.

Até então, o mandatário brasileiro e seus aliados vinham defendendo que sua postura deveria ser interpretada como equilibrada, já que Lula mantinha diálogos com as duas partes da guerra. Por outro lado, analistas chamam atenção para evidências do contrário. Além de evitar condenações à Rússia, Lula recusou encontros com Zelensky.

Apesar dos esforços ucranianos para uma aproximação com Lula, o mandatário brasileiro vinha mantendo contatos frequentes com Vladimir Putin. No ano passado, o petista foi um dos confirmados para a Cúpula de Líderes dos Brics que a Rússia sediou em Kazan – o encontro só não ocorreu porque Lula sofreu um acidente às vésperas da viagem e ficou impossibilitado de realizar viagens aéreas.

O petista também chegou a afirmar que não via problema em Vladimir Putin participar presencialmente da Cúpula do G20, que o Brasil sediou no Rio de Janeiro no ano passado. “Se eu for presidente do Brasil, e se ele [Putin] vier para o Brasil, não tem como ele ser preso. Não, ele não será preso. Ninguém vai desrespeitar o Brasil”, disse Lula.

Putin é alvo de um mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra após ser considerado responsável pela deportação de ao menos 19 mil crianças ucranianas que viviam em territórios atualmente ocupados pela Rússia. O Brasil como signatário do Tratado de Roma, deve cumprir a prisão do ditador russo caso ele pise em território brasileiro.

Isso não impediu, no entanto, o Brasil de tentar aprovar, junto às Nações Unidas, uma regra de imunidade para chefes de Estado de países não signatários do Estatuto – como é o caso da Rússia, por exemplo. Para os analistas, todos esses fatos são precedentes da viagem de Lula para a Moscou, além de corroborarem para o afastamento da neutralidade da diplomacia brasileira na primeira guerra continental em solo Europeu em 80 anos.

“Na prática, o Lula apoiou a Rússia em todos os momentos, não militarmente, mas politicamente, diplomaticamente e economicamente de forma expressa. Houve um aumento exponencial das importações brasileiras de combustíveis e de fertilizantes russos, ou seja, são bilhões de dólares que ajudaram a chamada “Operação Militar Especial da Rússia na Ucrânia”, como Putin chama a guerra”, analisa o diplomata aposentado Paulo Roberto de Almeida.

Além disso, Lula barrou uma compra bilionária de centenas de blindados ambulância que seria produzidos pela Iveco no Brasil e enviados à Ucrânia.

Simpatia pela Rússia trouxe prejuízos para relação do Brasil com a Ucrânia

Esta é a primeira visita de Lula à Rússia neste mandato. A viagem havia sido anunciada ainda em janeiro, quando o petista foi convidado por Vladimir Putin para participar das celebrações do dia 9 de maio por meio de um telefonema. Ainda na ocasião, Lula afirmou sobre o interesse de realizar uma visita de Estado à Rússia.

O anúncio do mandatário brasileiro, contudo, causou incômodo no governo ucraniano. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, já havia feito diversas tentativas de estreitar o relacionamento com Lula, incluindo convites formais para que o petista visitasse Kyiv. Mas nunca houve um retorno positivo do governo brasileiro, fosse para uma visita de Lula à Ucrânia ou uma viagem de Zelensky ao Brasil.

Zelensky também expressou publicamente o desejo de contar com o apoio diplomático do Brasil para promover um diálogo internacional sobre a paz, e já buscou reuniões bilaterais com Lula em encontros internacionais – alguns dos quais acabaram não se concretizando. As tentativas frustradas se somaram ainda a declarações desastrosas de Lula sobre a guerra, como a relativização de culpa entre Rússia e Ucrânia pelo conflito.  

Na avaliação do diplomata e professor Paulo Roberto de Almeida, as negativas de Lula em se reunir com Zelensky, além de suas declarações sobre o conflito, podem ser interpretados como sinais implícitos de apoio a Putin. As afirmações do petista foram alvos de críticas de Zelensky e dos aliados da Ucrânia na guerra, o que deteriorou a relação entre os dois países.

Após o anúncio da viagem para a Rússia, o relacionamento entre os dois países passou por uma nova degradação. Durante passagem de Lula pela Ásia no mês de março, o petista anunciou que teria uma conversa por telefone com presidente ucraniano para discutir o plano de paz sino-brasileiro para um cessar-fogo na Ucrânia.  

A ligação, porém, não ocorreu após uma recusa de Zelensky, em sinal de descontentamento com a decisão do mandatário brasileiro visitar a Rússia. A decisão de Lula de visitar o país invasor sem previsão de uma viagem à Ucrânia, país que foi invadido pela Rússia, foi vista com preocupação por autoridades ucranianas, que temem um desequilíbrio na postura brasileira em relação ao conflito em curso no Leste Europeu.

Na última semana, o embaixador da Ucrânia no Brasil, Andrii Melnyk, se reuniu com o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e fez críticas sobre visita de Lula a Moscou. Melnyk sugeriu que Lula poderia aproveitar a viagem à Rússia, na próxima semana, para ir antes a Kiev. O embaixador afirmou que Zelensky ainda “está esperando” por Lula.

“A ideia principal também nesta reunião foi confirmar, da nossa parte, o convite do meu presidente Volodymyr Zelensky, do meu governo, mas também do povo ucraniano, ao presidente Lula e pessoalmente ao vice-presidente Alckmin para [Lula] aproveitar esta oportunidade histórica e visitar Kiev o mais breve possível”, disse o embaixador. 

Ainda em sinal do descontentamento com a gestão Lula, Kyiv avalia deixar o Brasil sem um embaixador. Conforme havia adiantado a Gazeta do Povo, a embaixada da Ucrânia em Brasília não deve ter um novo responsável pela representação até o ano que vem. Andrii Melnyk deixou o posto no início deste mês de maio para assumir a representação do país nas Nações Unidas. Até lá, um encarregado de negócios responderá pela embaixada ucraniana.

A saída de um embaixador sem um novo para substituí-lo não é bem-vista no meio diplomático. Deixar as relações entre dois países sob a responsabilidade de um encarregado é sinal de rebaixamento na relação bilateral, indicando descontentamento, esfriamento político ou desacordo significativo entre os países envolvidos.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/republica/lula-celebrara-80-anos-da-vitoria-da-europa-na-segunda-guerra-com-putin-e-outros-ditadores-na-russia/

Copom aumenta taxa de juros para 14,75% ao ano, maior patamar em 19 anos

Copom eleva taxa de juros para 14,75% ao ano
Copom definiu a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 14,75% ao ano. (Foto: Ilustração: Vandré Kramer/Gazeta do Povo com DALL-E )

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou nesta quarta-feira (7) a taxa básica de juros da economia em 0,5 ponto percentual, de 14,25%para 14,75% ao ano, maior patamar em 19 anos. A decisão foi por unanimidade e marca a sexta alta consecutiva da Selic.

O comitê sinalizou que irá avaliar o cenário para definir se haverá um novo aperto na próxima reunião devido ao “cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados”.

Segundo o BC, a conjuntura “demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação”. A última vez em que a Selic atingiu esse nível foi em julho de 2006, ainda no primeiro mandato do presidente Lula (PT), quando Henrique Meirelles chefiava o BC.

Em nota, o Copom apontou que a incerteza da política econômica adotada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impacta a política comercial global. “O ambiente externo mostra-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de sua política comercial e de seus efeitos”, diz o comunicado.

“A política comercial alimenta incertezas sobre a economia global, notadamente acerca da m​agnitude da desaceleração econômica e sobre o efeito heterogêneo no cenário inflacionário entre os países, com repercussões relevantes sobre a condução da política monetária”, acrescentou o comitê.

No cenário doméstico, o Copom considera que o “conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho ainda tem apresentado dinamismo, mas observa-se uma incipiente moderação no crescimento”, apontando que os dados mais recentes mostram a inflação cheia e as medidas subjacentes acima da meta.

“O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. Tal cenário prescreve uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta”, disse o colegiado.

Em março, o comitê fez o último aumento contratado ainda na gestão de Roberto Campos Neto, de 1 ponto percentual, e a Selic foi definida em 14,25% ao ano, no maior patamar desde 2016. Após a reunião, o Copom sinalizou que uma nova alta “de menor magnitude” deveria ocorrer na decisão de maio. A reunião desta quarta (7) foi a terceira sob o comando de Gabriel Galípolo.

Fed também definiu taxa de juros dos EUA

O Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, também definiu a taxa de juros do país nesta quarta-feira (7). O Fed manteve a faixa de 4,25% a 4,50% em meio à incerteza sobre a política econômica e a pressão do presidente americano, Donald Trump, pela redução dos juros.

Esta é a terceira vez consecutiva que o comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) opta por manter o patamar dos juros. No Brasil, o Copom apontou que “os desenvolvimentos da política comercial norte-americana, e a conjuntura doméstica, em particular a política fiscal, têm impactado os preços de ativos e as expectativas dos agentes”.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/economia/copom-bc-aumenta-selic-taxa-de-juros-maio/

Alexandre Garcia

No governo Lula, o PSOL entra pela porta da frente

O deputado Guilherme Boulos (PSOL) (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

Duvido que você adivinhe quem Lula está cogitando convidar para ocupar o cargo de ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República. Pense naquilo que mais o assustaria: Guilherme Boulos, do MTST. Só isso.

Dizem que o motivo seria o desejo de Lula de se aproximar do movimento dos sem-teto, que invade prédios — principalmente em São Paulo. Um verdadeiro terror para os proprietários de imóveis na capital paulista.

Tenho amigos que já emparedaram portas e janelas, mas não adianta: eles derrubam até paredes. E, depois, para retomar o imóvel, só pela Justiça — o que leva muito tempo. E os prédios são destruídos.

Segundo o jornal O Globo, há uma condição: Boulos, caso assuma o cargo, teria que se comprometer a permanecer até o fim — não poderia sair para se candidatar. Vamos ver o que acontece. Lula deve estar atrás dos milhões de votos do PSOL.

O escândalo do INSS e a nova face do mensalão

E vocês notaram uma semelhança entre esse escândalo da Previdência e o Mensalão? O Mensalão tinha o Marcos Valério. Este escândalo tem o “careca do INSS”. Não sei se o Marcos Valério tinha tantos carros quanto o “careca”, que tem Porsche, BMW, Mercedes, Audi — talvez até um Bentley, um Rolls-Royce, um Aston Martin. São doze carros de luxo, segundo dizem.

Mais uma coincidência: assim como a Odebrecht mantinha registros detalhados, o “careca” também contava com uma secretária que anotava, em cadernos, os percentuais de propina destinados a cada envolvido. Está lá: o presidente do INSS com 7%, o procurador-geral do INSS com 5%.

Imagine esses percentuais sobre os milhões desviados de idosos e pensionistas fragilizados, que mal compreendiam o que estava acontecendo. Muitos viam descontos de R$ 30 no contracheque e achavam que era algum valor necessário para continuar recebendo. Gente que trabalhou a vida inteira, viúvas que viviam de pensão… Tiraram o dinheiro deles. Milhares de pessoas prejudicadas.

O dinheiro era destinado a associações, como a CONTAG — Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura —, presidida pelo irmão do deputado petista Carlos Veras, de Pernambuco. Aliás, essa questão de “irmandade” parece frequente: o irmão de Lula é vice-presidente de outra entidade que fazia uma média de R$ 3.202 por dia, segundo apuração, e firmou um convênio de R$ 154 milhões com o INSS. Já a CONTAG recebeu R$ 3,6 bilhões. Se o total era de R$ 6,3 bilhões, mais da metade foi apenas para essa entidade.

O “Marcos Valério da Previdência” teria pago, ao todo, R$ 53 milhões em propina. Propina para comprar gente venal, sem caráter. Provavelmente, não tem filhos para não envergonhá-los. Talvez não tenha tido pai e mãe, ou seus pais esqueceram de educá-lo. Ou, quem sabe, houve alguma falha genética — nos neurônios ou no coração — e ele se tornou o que é: venal, alguém que se vende depois de prestar concurso público para servir ao povo e portar fé pública. Foram R$ 17 milhões pagos a servidores. Dataprev. Previdência. Uma vergonha.

Ainda bem que o deputado Nikolas Ferreira falou publicamente sobre o caso, mais uma vez. De repente, a denúncia alcançou mais de 100 milhões de visualizações. Nikolas, sozinho, tem mais audiência do que todas as emissoras de TV do Brasil.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/governo-lula-psol-entra-pela-porta-frente/

Marcio Antonio Campos
Marcio Antonio Campos

O alfaiate do papa

raniero mancinelli alfaiate
O alfaiate Raniero Mancinelli já fez batinas para João Paulo II, Bento XVI e Francisco. (Foto: Marcio Antonio Campos/Gazeta do Povo)

Quando um cardeal atingir dois terços dos votos dos eleitores no conclave que começou hoje, ele terá de responder se aceita sua indicação: ao dizer que sim, ele se torna papa. Depois, ele será levado à Sala das Lágrimas, onde é deixado sozinho, com três batinas brancas de tamanhos diferentes; é quando “cai a ficha” do novo pontífice, que nem sempre reage de forma estoica. Independentemente de qual tamanho de batina o novo papa usar, é certo que ela levará o talento do alfaiate Raniero Mancinelli. “Está feito. Foram entregues esta manhã”, disse Mancinelli à Gazeta do Povo, que visitou sua loja na terça-feira, véspera do início do conclave.

Sua loja, que leva o sobrenome da família, fica no Borgo Pio, uma rua bem próxima ao Vaticano e que tem inúmeras outras alfaiatarias que produzem todo tipo de veste eclesiástica. Raniero Mancinelli, que hoje tem 86 anos, começou no ramo aos 15. “Comecei a fazer as coisas devagar, como todas as crianças; e, devagar, fui gostando”, contou ele à Gazeta – e, se depender dos descendentes, o futuro do negócio está garantido, pois a filha e o neto de Raniero também trabalham no estabelecimento.

O papado entrou na vida de Mancinelli com João Paulo II, que lhe encomendou algumas batinas. E foi assim que ele se tornou o “alfaiate dos papas”, ocupando um lugar que havia muito tempo era de outra alfaiataria romana, a Gamarelli. “Primeiro, eu servi a João Paulo II. Depois, fiz diversas batinas também para Bento XVI, porque, quando ele era cardeal, morava praticamente ao lado da minha loja e nos conhecíamos muito bem; já o atendia quando era cardeal, e continuei a servi-lo com muito prazer. Para mim foi muito mais fácil, porque já havia essa relação anterior. Depois, fiz algo também para Francisco. Com ele tive uma relação muito bonita, limpa, sincera, com grandes sorrisos, como se fôssemos amigos de longa data”, recorda o alfaiate.

raniero mancinelli alfaiate
Mancinelli vende em sua loja tudo o que um padre, bispo ou cardeal precisa usar, incluindo solidéus, barretes e outros acessórios. (Foto: Marcio Antonio Campos/Gazeta do Povo)

A loja não vende apenas vestimentas eclesiásticas, mas também objetos litúrgicos e acessórios usados por bispos, como anéis e cruzes peitorais. E aí está uma outra ligação entre Mancinelli e Francisco, pois a cruz de prata que o papa usou, desde quando era bispo na Argentina até morrer, havia sido comprada na loja de Raniero. Quando Jorge Mario Bergoglio foi nomeado bispo, em 1992, um outro bispo veio aqui, comprou aquela cruz peitoral para dá-la de presente a Bergoglio. E ele nunca mais a tirou, porque a usou como bispo, como cardeal e até como papa, até o último dia. Usou sempre apenas aquela cruz”, recorda o alfaiate.

Mancinelli não esconde o orgulho de ter trabalhado para três papas – ou quatro, considerando que o próximo usará uma batina feita por ele ao menos no primeiro dia de pontificado –, mas diz que essa é só uma parte do seu trabalho. “Poder vestir um papa é algo que me dá muito prazer; afinal, é o papa! Servi três deles, e fico muito satisfeito com isso, pois pude fazer muitos trabalhos”, afirma. “Mas aqui atendemos padres, bispos, cardeais, e sempre me esforcei para ter ótimo relacionamento com eles. Não importa se a cor da roupa é preta, roxa, vermelha ou branca: no fundo, são todos sacerdotes, também o papa, e fico orgulhoso em poder atender a todos eles”, finaliza, dizendo que agora aguarda a fumaça branca “com confiança e amor”.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/marcio-antonio-campos/raniero-mancinelli-alfaiate-do-papa/

Polzonoff
Polzonoff

Diário da Janja: 90 bilhões de motivos para estar em Moscou

JANJA MOSCOU
Matriosca da Janja. (Foto: Paulo Polzonoff Jr com ChatGPT)

Tovarich diário,

Cheguei aqui no país do Putin. Mas ouvi dizer que ele não tá putin, não. (Ah, essa foi boa, vai). Pelo contrário! Tá todo feliz com a guerra da Ucrânia e por isso organizou esse desfile militar que eu e Meu Marido vamos acompanhar como convidados de honra vip super max plus platinum. Digo, não é assim nenhum show da Lady Gaga (divaaaaaaaaah!) em Copacabana, mas pelo menos a gente estará na companhia de amigos.

Só tem gente boa, como o Xi. Só democratas, humanistas e santos. Só gente sofrida como o Mahmoud. (É assim que se escreve?). Aliás, pena que a Erika e a Duda não puderam vir. Por que será? O Putin e o Mahmoud iam gostar tanto delas… Mas o Maduro veio. Que bom. Tava com saudade. Faz tempo que eu não vejo o Maduro. Mas infelizmente o Macron não vem. 🙁

Por falar em corrupção…

O duro é que eu saí do Brasil por causa daquele negócio cafona lá de corrupção. É bilhão para um lado, bilhão pra outro. Essa gente corrupta só fala nisso. Os amigos do Meu Marido só falam nisso. Por falar nisso, outro dia teve reunião na casa da Marga e eu só queria curtir um axezinho, mas os artistas não paravam de falar em bilhão pra isso, bilhão praquilo. Enquanto eu só queria falar da fome, do combate à fome. À minha fome, porque já era meia-noite e os serviçais ainda não tinham preparado a janta, acredita?

O problema é que a imprensa que critica tanto as minhas viagens não sabe como eu sofro com elas. O jet lag é horrível, gente. Faz mal pra minha pele e engorda. E não dá pra ficar tomando Ozempic o tempo todo, né? As compras são raras e tem sempre um brasileirinho (e fascista, ainda por cima!) com o celular na mão correndo atrás de mim, em busca de um flagrante. Como se eu fosse entrar pela porta da frente da Hermès como uma primeira dama qualquer, né, meu bem?

Tchaikovsky

E ainda por cima eu tenho que ir a coisas como… balé. Chaaaaaato. Chato e gordofóbico. Coisa de branco. Não sei por que minha assessoria me coloca nessas roubadas. Sem trocadilho com a atividade do Meu Marido, hein! Se bem que o Tchaikovsky hoje em dia seria fã da Lady Gaga, então eu acho que dá pra curtir um “Lago dos Cisnes” sem ser cancelada, né? Isto é, se eu conseguir ficar acordada. Ah, se ainda fosse um Olodunzinho…

Que mais? Sei lá. A vida anda meio monótona. Essa coisa de gastar, se defender de escândalo, gastar, se defender de escândalo, gastar. Tem uma hora que perde a graça. Ah, já sei. Conclave. Tá rolando e eu acho tudo tão… ai. Eles não usam nem urna eletrônica, acredita? Eu e Meu Marido tivemos que ir lá no velório do papa. E foi legal e tal. Eu tava mesmo precisando passar na Bottega Veneta. Mas todo velório é meio caído, né? Sem falar que eu tive que aguentar a namorada do Barroso dizendo que o marido dela tinha mais poder que o meu e tal. Vê se pode uma coisa dessas!

Agora vou lá porque estão me chamando pra um evento e eu tenho que dar o meu showzinho. Tchau.

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/polzonoff/diario-da-janja-4/

Rodrigo Constantino
Rodrigo Constantino

Lula: mãe de banqueiros e madrasta má dos pobres

Lula reforma ministerial
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: EFE/Andre Borges)

O “garoto do Lula” à frente do Banco Central já é o responsável pelo maior patamar de taxa de juros em quase duas décadas! O que Gleisi Hoffmnann tem a dizer sobre Gabriel Galipolo agora? Devemos resgatar as mesmas falas direcionadas a Roberto Campos Neto num passado recente? Galípolo, o homem do Lula no comando do BC, faz parte de uma conspiração de banqueiros contra os pobres?

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou nesta quarta-feira (7) a taxa básica de juros da economia em 0,5 ponto percentual, de 14,25%para 14,75% ao ano, maior patamar em 19 anos. A decisão foi por unanimidade e marca a sexta alta consecutiva da Selic.

Para os pobres Lula é como a madrasta má da Cinderella. Com inveja do pobre trabalhador humilde e honesto, Lula vai lá e esfola seu couro, explora o coitado, promete chuva de picanha e entrega jureba recorde na veia!

O comitê sinalizou que irá avaliar o cenário para definir se haverá um novo aperto na próxima reunião devido ao “cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados”. A taxa só havia atingido esse patamar antes com Henrique Meirelles, também indicado por Lula!

Em seu editorial de hoje, a Gazeta do Povo chama de “crônica de uma alta anunciada” a subida dos juros. O jornal aponta corretamente o grande responsável por isso: “A aposta de Lula em estímulos populistas para injetar mais dinheiro na economia – serão cerca de R$ 150 bilhões a mais na economia até 2026 – e mantê-la aquecida impulsiona a alta de preços ao consumidor e atrapalha o efeito das altas de juros aplicadas pelo Copom”.

Inflação é sempre e em todo lugar um fenômeno monetário, como sabia Milton Friedman. A taxa de juros não tem como ser manipulada por “vontade política”, ao menos não sem graves consequências. A cúpula do PT, no fundo, sabe disso, mas sempre atacou o BC como bode expiatório, pois é mais fácil condenar o termômetro do que explicar e tratar das causas da febre. Se o PT fosse um partido sério, diria que a gastança do governo é o maior inimigo do país. Mas aí o que seria do PT, um partido que só existe para pregar mais gastos públicos em nome da “justiça social”?

Na prática, Lula é uma grande mãe para os banqueiros graúdos, cujos bancões batem recorde de lucros. Por isso o estranho fenômeno de banqueiro petista no país, onde o setor segue cartelizado e lucrando muito. Já para os pobres Lula é como a madrasta má da Cinderella. Com inveja do pobre trabalhador humilde e honesto, Lula vai lá e esfola seu couro, explora o coitado, promete chuva de picanha e entrega jureba recorde na veia!

Ainda existir pobre que vota no PT é a prova de como a alienação persiste e como para alguns não há experiência suficiente para o aprendizado de lições importantes…

FONTE: GAZETA DO POVO https://www.gazetadopovo.com.br/rodrigo-constantino/lula-mae-de-banqueiros-e-madrasta-ma-dos-pobres/

O novo levante de André Mendonça

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Um embate verbal contundente marcou a sessão desta quarta-feira (7) no Supremo Tribunal Federal (STF), protagonizado pelos ministros Flávio Dino e André Mendonça. O motivo foi a divergência em torno do julgamento que trata do aumento de pena em crimes contra a honra quando cometidos contra agentes públicos no exercício da função.

O caso em pauta envolve a interpretação sobre a possibilidade de agravar em até um terço as punições por injúria, calúnia ou difamação dirigidas a servidores públicos. Dino defendeu a manutenção da previsão legal, desde que fique comprovada a caracterização do crime, enquanto Mendonça argumentou por limites mais estritos, propondo que apenas calúnia — quando há falsa imputação de crime — mereça o agravamento da pena.

Durante a discussão, o ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso, ressaltou que ofensas como “ladrão” configuram calúnia, pois contêm imputações criminosas implícitas. Mendonça, porém, discordou com veemência:

“‘Ladrão’ é uma opinião, não um fato específico”, afirmou, provocando uma reação imediata de Dino: 

“Para mim, é uma ofensa grave. Não admito que ninguém me chame de ladrão. Essa tese da moral flexível, que inventaram, desmoraliza o Estado. É uma ofensa gravíssima, não uma crítica”.

A tensão aumentou quando Mendonça retrucou:

“Se o cidadão não puder chamar um político de ladrão…”, sendo interrompido por Dino: 

“E ministro do Supremo pode?”.

Mendonça respondeu prontamente:

“Eu não sou distinto dos demais”.

O ministro Cristiano Zanin, também presente na sessão, tentou acalmar os ânimos ao ponderar que críticas não podem ser tratadas automaticamente como crimes.

“Desde que ela não vire ofensa criminal, a crítica é legítima. O problema é quando se transforma em crime contra a honra”, disse.

FONTE: JCO https://www.jornaldacidadeonline.com.br/noticias/69744/o-novo-levante-de-andre-mendonca

Fraude no INSS: vereadora protocola CPI para investigar sindicatos com sede em São Paulo

Amanda Vettorazzo destaca que o objetivo é identificar os envolvidos e propor medidas para evitar novas fraudes no INSS | Foto: Divulgação/Câmara Municipal de São Paulo

A vereadora paulistana Amanda Vettorazzo(União Brasil) protocolou, nesta quarta-feira, 7, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal de São Paulo. O objetivo é investigar os sindicatos com sede na capital paulista que estão envolvidos nas fraudes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Amanda conseguiu assinaturas suficientes para a abertura da CPI depois do novo escândalo do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhar repercussão nacional.

“Quero investigar todas as entidades e sindicatos envolvidos no roubo de R$ 6 bilhões dos idosos”, afirmou Amanda. “Estamos diante do maior escândalo dos últimos anos. Isso precisa ser investigado com urgência.”

FONTE: REVISTA OESTE https://revistaoeste.com/politica/fraude-no-inss-amanda-vettorazzo-protocola-cpi-para-investigar-sindicatos-com-sede-em-sao-paulo/?utm_medium=personalized-push&utm_source=taboola

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